domingo, 8 de março de 2009

Um especial OBRIGADO à APAV.

Segundo o último estudo recentemente publicado pela maior instituição portuguesa de apoio à vitima, falamos da sobejamente conhecida APAV. O perfil da vítima em nada tem alterado nos últimos anos, a caracterização por nós apresentada consta do último relatório anual estatístico da APAV, publicado a 12 de Fevereiro de 2009, assim sendo em 2008, esta instituição tomou conhecimento de 18669 crimes, 90% destes foram de violência doméstica. Como já seria de esperar a esmagadora maioria das vítimas que recorreram aos serviços da APAV são mulheres, correspondendo a 87,1%, com idades compreendidas na sua generalidade entre os 26 e os 45 anos (33,1%). Prosseguimos com o desenho do perfil da vítima e constatamos que 83% destas mulheres são cidadãs europeias, sendo as restantes oriundas de outros continentes onde se destacam o americano e o africano, comunidades provenientes do Brasil (3,1%), e das antigas colónias portuguesas. Já no que reporta ao estado civil das vítimas, mais de 47% são casadas e 52% pertence a uma família nuclear com filhos. No que diz respeito aos hábitos das vítimas 42% não tinha qualquer tipo de dependência, e quando esta se verifica em 6,9% dos casos é uma dependência de fármacos. Quando falamos de habilitações compreendemos que a formação das vítimas que procura a ajuda da APAV se distribui equitativamente entre o primeiro ciclo e o ensino superior, apresentando-se este último grau ligeiramente acima dos restantes, com cerca de 9%. Por sua vez a situação económica da generalidade das vítimas é considerada minimamente estável, perto de 40% destas estava empregada, das quais 38% via no seu próprio trabalho a única fonte de rendimento. No que concerne á percentagem de desempregadas, esta ascende a 16,6%, estudantes 8,4%, e por último 11,2% encontravam-se já numa situação de reforma. As profissões mais citadas são: trabalhadoras não qualificadas do comércio e dos serviços (7,9%) e o pessoal dos serviços directos e particulares (7,5%).
Estes são números que nos devem envergonhar, mais que vergonha eles devem despertar em nós o sentimento de que todos somos responsáveis por estes dados, todos nós temos uma palavra a dizer perante este triste cenário, e essa palavra é: BASTA, um BASTA gritado das entranhas, um BASTA, porque queremos MUDANÇA. Queremos uma MUDANÇA POSITIVA, uma sociedade mais atenta, que recrimine estes comportamentos que nos atiram para campos de total irracionalidade. Queremos uma justiça severa na hora de punir os criminosos que a cada segundo, fazem engordar este triste fenómeno que é a violência doméstica. Uma justiça célere, que prontamente proteja a vitima.
São instituições como a APAV que diariamente lutam contra este flagelo, merecedoras dos nossos maiores agradecimentos, e são estes números fruto do trabalho que está a ser desenvolvido, mas também indicadores que existe muito para ser feito. A tomada de consciência desta realidade foi determinante para a escolha do tema, do nosso projecto final de curso. Os números que acabamos de conhecer, são a razão do nosso empenho, da nossa vontade em criar um centro de acolhimento e reabilitação socioprofissional destinado a dar força, apoio, possibilidade de mudança ás vitimas de violência domestica do distrito de Viseu, onde este fenómeno tem vindo a aumentar. Assim sendo contamos com o vosso apoio, ajudem-nos a ajudar as vitimas de violência doméstica.

Written by:Social/Espartanos

2 comentários:

  1. O tema, por mais que seja escrito e falado, é sempre actual, real e .... está mesmo ao nosso lado. Violências (prefiro o plural)que não são necessariamente associados só ao dia da mulher, mas também da criança, do homem (se o houvesse),da raça, da ideologia...
    É bom que os jovens Guerreiros Sociais mantenham a garra pela vida profissional fora...pois podem fazer a diferença

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  2. Ni desde já agradecemos a sua visita…, e de facto é inegável a pluralidade da violência (s), esta assume várias formas, sendo sem sombra de dúvidas um fenómeno social transversal. Só uma consciencialização sobre a verdadeira dimensão e impacto deste na vida das vítimas, poderá conduzir a uma eficiente afectação dos recursos existentes, de forma a se conseguir um célere diagnóstico, e uma resposta de ajuda que se impõe pronta. Este conhecimento, será capital para a descrição, circunscrição das falhas que se verificam no decorrer dos processos, favorecendo uma hierarquização consciente das necessidades manifestadas quer pelas vítimas quer a um nível institucional. Julgamos que a informação sobre o estado das artes no que reporta a este fenómeno, em muito poderá contribuir para a prevenção, o conhecimento, informação da vítima é certamente favorável à denuncia prematura da situação que a vitimiza.

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